sexta-feira, maio 25, 2012

                                 


                             Tônia Valdez Brown, ou só Tônia. Doentia, Precavida ou Ressentida?


Aqui vai uma palestra da Dani, para que entendam melhor:

Daniela Galli fala pela boca, pelas mãos e pelos olhos. Os gestos complementam a opinião verbalizada quase como uma coreografia, e o olhar esconde – e, ao mesmo tempo, revela – detalhes sobre sua personalidade. No ar como Tônia, em Máscaras, o R7 bateu um longo papo com a atriz logo após um intenso dia de gravação.
A psiquiatra irmã de Luma (Karen Junqueira) tem tomado todo o tempo de Dani, uma atriz assumidamente CDF, que estuda a fundo tudo que é necessário para passar verdade na pele de outra pessoa na telinha.
A pesquisa envolveu filmes, consultas com psiquiatras, livros mil... E tudo para montar o universo de Tônia, que tem um sentimento de posse sobre a irmã caçula quase classificado como um distúrbio. Ela tem medo de ficar sozinha e, traumatizada com o amor, não permite que Luma se apaixone.
No meio de toda essa bagunça entra Dado Dolabella, intérprete de Edu. O jovem inteligente vai mexer com o coração das duas irmãs, e o trio traçará uma polêmica trama em Máscaras. Quer saber mais? É só ler a entrevista completa abaixo!
R7 - Como a Tônia chegou à sua vida?
Daniela Galli -
 Eu tive a oportunidade de trabalhar com Lauro [César Muniz, autor] a primeira vez em Poder Paralelo, e foi um trabalho curto, mas bem intenso. Eu já o admirava de antes, pois cresci com a teledramaturgia dele e com a dramaturgia dele no teatro também. E foi um contato breve, mas muito bem recebido. Quando escreveu Máscaras, ele me indicou para Antônia e me convidou para fazer.
R7 – Eu gostaria que você apresentasse a Tônia. Como ela é?
Daniela Galli - Ela é uma psicanalista muito competente e aparentemente ok. Mas tem uma relação um pouco difícil com a irmã. Elas perderam os pais e ela, como mais velha, se impôs a responsabilidade de cuidar da Luma. Ela teve um casamento mal-sucedido que durou uma semana, a gente ainda não sabe o motivo. Então, ela tem essa relação de codependência com a irmã, porque são só as duas no mundo. Mas isso gera uma relação não muito saudável. Tem o lado bom do amor, mas também tem o lado da posse, do medo de ser abandonada.
R7 - O que te interessou mais na Tônia? O que a fez aceitar o papel?
Daniela Galli - É uma personagem extremamente complexa. Ela não tem nada de plana, e eu gosto muito de pesquisar e de me alimentar de bastante informação antes de viver a personagem, para deixá-la humana. Eu acho que a verdade só é crível no trabalho do ator se tem essa humanidade, se a gente consegue enxergar os conflitos e as dualidades que a gente tem na vida. E a Tônia, de cara, já apresenta muito isso. Uma das grandes maravilhas do trabalho do ator é você poder explorar universos que são diferentes do seu e até mesmo identificar, em si mesmo, novidades de comportamento que, em determinados contextos, você teria.
R7 – Mas você acha que agiria como Tônia na vida? Ou precisa apenas entender o que se passa com ela para interpretar de forma verdadeira?
Daniela Galli - 
Isso, preciso entender. Eu tive um professor nos Estados Unidos que me falava muito isso. Ele dizia que todos nós somos capazes de tudo, dependendo do contexto e das circunstâncias. Alguns comportamentos da Tônia, eu, Daniela, não tenho na minha vida. Agora, eu preciso imaginar as circunstâncias e contextos que me levariam a agir daquela maneira para que eu possa defender o comportamento dela. Caso contrário eu estaria julgando, e se você julgar, a personagem não existe verdade. O julgamento vem do 
telespectador.
R7 - A trama da Tônia, Luma e Edu é polêmica. Como você acha que o público vai receber?
Daniela Galli - O Lauro é ousado. Ele não usa a estrutura do folhetim usual. Todo trabalho dele não é maniqueísta. Você pode identificar o vilão, o herói, a mocinha, mas eles nunca permanecem intactos a novela toda. Todos têm seu lado mais escuro e claro. Como nós! É arriscado, sim, e eu tenho essa consciência. Por isso fui trabalhar muito antes de começar a Antônia.
R7 - Como você se preparou para o papel?
Daniela Galli -
 Isso não está no texto e não tem uma indicação direta se a Tônia tem algum distúrbio psicológico, mas o comportamento dela é semelhante ao de pessoas que tem um distúrbio que, em inglês, chama Borderline (parente do Bipolar). Eu fui ler sobre isso para embasar meu comportamento em atitudes verídicas para mim, e não simplesmente um mau-caratismo injustificado. E eu tenho um amigo de infância que é psicanalista e ele me passou uma bibliografia, me falou sobre esse distúrbio, acompanhei o dia a dia dele no consultório e fui assistir a muitos filmes.
R7 - Você e a Karen estudaram juntas em algum momento?
Daniela Galli - A gente conversou muito. Ela também foi consultar uma psicanalista e a gente trocou ideia sobre essa relação difícil tanto para a mais velha quanto para a mais nova. Eu, como Tônia, quero manter essa autonomia sobre ela. Como? Minando um pouco a autoconfiança dela. E ela, claro que percebe, quer fugir disso, mas não se sente segura de ir para o mundo sem a irmã.
R7 - Me explica um pouco a relação do triângulo com o Edu...
Daniela Galli - No primeiro capítulo já deu para pegar a dinâmica da Tônia. Ela acha que está fazendo o maior bem do mundo para a irmã, porque ela está dando um jeito de provar que o cara é um cafajeste. É doentio? É! Mas vem de querer proteger...
R7 - Pode ser considerado excesso de amor?
Daniela Galli - Eu não acho que amor seja isso. Quando você ama mesmo, você libera o outro, e não o prende. Ela ama a irmã, sim. Mas o que a leva a fazer tudo isso é posse, ciúme, carência. Quando a gente ama, mesmo em situações difíceis, a gente quer o bem do outro.
R7 - Mas voltando ao triângulo...
Daniela Galli - [Risos] Isso. Elas vão fazer um cruzeiro e lá a Luma conhece o Edu. As anteninhas da Tônia já apitam para o perigo. Ela começa a se envolver com o Edu para mostrar que ele não presta para Luma. É a mesma dinâmica. De início ela acha que ele é um playboy, então ela faz o mesmo jogo. Só que ele é inteligente e reverte isso. E a Tônia também se encanta por ele. A gente pode negociar racionalmente, mas o sentimento ninguém negocia. Vamos ver o que vai acontecer...
R7 - Você já viveu ou conheceu alguém que passou por essa situação?
Daniela Galli - Não, graças a Deus. Eu não tenho isso da Tônia, não. Eu acredito no amor e muito no respeito pelo outro.  
                                                                                                                                              Fonte: r7.com

Um comentário:

  1. Mulher, ameiiiii! Fica logo com o Edu e vai criar o teu filho! Deixa a coitada da Luma em paz!

    ResponderExcluir